A miopia é uma alteração visual em que objetos próximos são vistos nitidamente mas os distantes ficam desfocados. Essa condição pode prejudicar significativamente a qualidade de vida das pessoas, sobretudo quando não corrigida com o uso de óculos, lentes de contato ou por meio de cirurgia refrativa.
Cada vez mais frequente no mundo inteiro, a miopia afeta milhões de pessoas de todas as faixas etárias, e o aumento dos casos levanta questões a respeito de suas causas e da influência da hereditariedade em seu desenvolvimento. Neste artigo, vamos abordar o papel da genética na miopia, buscando entender como os fatores hereditários contribuem para esse problema ocular.
Estudos científicos têm revelado que a genética é um fator relevante no desenvolvimento da miopia. Pesquisas envolvendo gêmeos e famílias indicam que essa condição é mais frequente entre parentes próximos, o que sugere uma influência hereditária substancial. Quando um ou ambos os pais têm miopia, a probabilidade de seus filhos também desenvolverem a condição aumenta consideravelmente.
De acordo com pesquisas genéticas, diversos genes estão associados ao surgimento da miopia, atuando em processos que afetam o desenvolvimento ocular e a forma como o olho reage à luz. Entre os genes mais investigados, estão:
PAX6: gene essencial no desenvolvimento dos olhos, cujas mutações têm sido relacionadas à ocorrência de miopia.
ZFHX1B: também envolvido na formação ocular, suas mutações podem resultar em miopia.
CTNND2: exerce influência na sinalização celular e pode afetar o crescimento do olho, contribuindo para a miopia.
A predisposição genética para a miopia não pode ser mudada, mas é possível adotar certas práticas que ajudam na prevenção e controle dessa condição. Fazem parte desses cuidados realizar exames oftalmológicos regularmente, para ter um diagnóstico e tratamento precoces, passar mais tempo ao ar livre, fazer pausas frequentes nas atividades que demandam foco próximo, e utilizar adequadamente os óculos ou lentes de contato prescritos por um profissional.
A pesquisa genética tem avançado e vem contribuindo para um melhor entendimento sobre a influência dos genes no desenvolvimento da miopia. Com o uso de tecnologias inovadoras, como o estudo de associação do genoma completo (Genome-wide Association Study – GWAS), pesquisadores estão identificando novos loci genéticos relacionados à miopia, revelando portas para possíveis intervenções e tratamentos personalizados. Futuramente, é possível que a terapia genética se torne uma alternativa possível para tratamento e, inclusive, prevenção da miopia em indivíduos geneticamente predispostos.
É importante ter em mente que, embora os fatores genéticos tenham sua importância, realizar melhorias no estilo de vida e tomar medidas de prevenção pode desempenhar um papel crucial no controle da progressão da miopia.
Portanto, a conscientização a respeito da influência genética nessa condição ocular é vital para que se compreenda a relevância das consultas periódicas ao oftalmologista e da adoção de práticas preventivas.
Responsável Técnico: Nelson Balestro Jr – CREMERS 22790